A sociedade classifica os indivíduos em dois grupos sexuais: Masculino X Feminino, Homem X Mulher, Macho X Fêmea, baseados em características biológicas como: genitálias, cromossomos sexuais e hormônios com os quais se nasce. No entanto, essa classificação biológica nada tem a ver com a orientação sexual ou a identidade de gênero do indivíduo. As características sexuais são biológicas, já as de gêneros são sociais. A identidade de gênero está diretamente ligada ao papel social de cada indivíduo e como ele se reconhece.

O papel social trata-se de um conjunto de comportamentos, normas, regras e deveres de cada indivíduo na estrutura social que determinam diversos padrões sociais e a função de cada indivíduo na sociedade. Os papéis sociais podem ser adquiridos ao longo da vida de acordo com as relações e o meio em que o indivíduo está inserido.

Todos nós exercemos papéis sociais de acordo com a situação: no trabalho, escola, em casa. Estes são conhecidos na psicologia como Máscaras Sociais e é diferente de personalidade, sendo esta última um conjunto de características que formam nossa individualidade.

     “Homem não chora!”; “Seja mais feminina!”; “Sente como moça!”.

Todos nós já ouvimos ou até mesmo pronunciamos essas frases em algum momento de nossas vidas e certamente continuaremos a ouvi-las ainda por um bom tempo. Isso porque uma cultura leva décadas e até séculos para ser construída e para desconstruí-la é um trabalho ainda mais árduo, pois nem todos estão abertos a mudanças, sejam elas quais forem.

Na maioria das civilizações, a mulher ocupa um papel secundário na sociedade. Aos homens fica incumbido o papel de protetor e provedor, e à mulher à tarefa de cuidadora e educadora, pois é considerada frágil ou incapacitada para exercer a mesma função de um homem. Esses papéis têm sido reformulados nos últimos tempos, porém, as características que cada sexo adquiriu ao longo dos anos, são fortes, marcantes e difíceis de serem abandonadas.

Esse comportamento está adjudicado à educação sexual dos indivíduos, onde, desde cedo classificamos, diferenciamos e educamos as crianças a seguirem tais papéis.

A função do profissional da psicologia não é a de julgar os papéis sociais ou muito menos se os comportamentos dos indivíduos estão de acordo ou não com o que se espera, mas sim auxiliar com que estes se sintam confortáveis em suas peles independente de seu sexo ou gênero.